O que se aprende errando?

Aprendendo, através dos erros.

Neste artigo:

– Minha experiência com Crowdfunding (financiamento coletivo)

– Sobre cultura e a música no país

– Lições tiradas

Tudo que aprendi até aqui:

Recentemente lancei o projeto do meu livro “Para Cantar de Verdade” no Catarse (Site de financiamento Coletivo), e neste processo aprendi muitas coisas que pretendo compartilhar com vocês.

O meu projeto ainda tem 18 dias restantes de duração e captou somente 7% da meta inicial de $38,800,00 nos últimos 38 dias. Não estou dando o caso do projeto como perdido, pois tudo pode acontecer em 18 dias, mas tudo indica que o barco vai afundar e com isso levarei importantes lições comigo.

Obviamente foi feito uma pesquisa de interesse previamente, e também um calculo de intensão de colaboração antes do projeto entrar no ar, mas a maior parte do que era previsto não concretizou-se.

Eu recebo diariamente e-mails de jovens perguntando como iniciar na carreira como cantora, como ser famoso, como iniciar na carreira artística?  Este livro nasceu a partir da minha intenção de responder à estas pessoas até porque chegou um momento que era impossível responder à cada um individualmente. Percebi uma carência de objetivo, cultura, educação e até valores no decorrer das mensagens que eu recebia destes jovens, e isso trouxe o problema econômico e social do nosso país direto para o meu colo, foi assim que decidi iniciar este projeto.

Um mailing com 300 apoiadores em potencial foi criado a partir desta lista de pessoas que me escreviam e eu imaginava que destas 300 pessoas uma boa parte investiria algum valor no projeto, mas isso não aconteceu. Nenhuma das pessoas que procuraram por minha ajuda colaboraram com nenhuma quantia.

Outro lugar que eu contava ter apoio seria nas redes sociais, isso porque somente meu facebook tem hoje 11 mil seguidores, nenhum deles colaboraram apesar da insistente campanha e tentativa de informar o valor social e cultural do projeto.

Um erro enorme foi em lançar o projeto no final do ano, quando as empresas estão saindo de férias! (Ups, era muito para pensar sozinha).

Quando iniciei este projeto, pensei em lança-lo por meio de leis de incentivo, mas decidi lançar pelo Catarse (financiamento coletivo) por acreditar que seria uma oportunidade para as pessoas se envolverem e fazer parte do projeto, parte de uma iniciativa social e cultural. Em um momento de ânimos alterados com as questões sociais que estamos vivendo imaginei que as pessoas gostariam de fazer parte de uma iniciativa como esta. (Tolinha).

Com isso quais foram as principais lições que aprendi até agora:

1- De forma geral as pessoas gostam de reclamar da situação mas não movimentam um dedo para mudar nada. Não se engajam em mudanças ou ações sociais e culturais, e na minha visão essa é a causa fundamental da situação social que vivemos no nosso país: a falta de envolvimento das pessoas nas soluções.

2 – Os poucos que importam-se já estão engajados em alguma ação social e sozinhos também não conseguem chegar muito longe.

3- O número de curtidas nas redes sociais não significam absolutamente nada. Hoje em dia todo mundo curte qualquer coisa, e isso não significa de forma alguma que esta pessoa apoia seus projetos, sua música, sua empresa em absoluto. O que todos buscam é RECEBER, receber entretenimento, receber dicas, receber ajuda, receber ofertas, receber informação e por ai vai e se possível de graça e sem esforço algum.

4- Hoje a cultura se resume em um business nojento do qual eu não quero fazer parte!

Eu poderia bancar essa situação toda e poupar-me de um “vexame” de ter um projeto fracassado por falta de apoio das pessoas depois de tanta exposição com a campanha. Isso seria reconfortante para o meu ego, mas prefiro mostrar a verdade e assumir a responsabilidade de dar sequência ao projeto com os meus próprios esforços. Porque sou artístas e acredito na arte e cultura. Aliás, isso me lembra muito minha caminhada na minha própria carreira. As pessoas quando me encontram dizem: Poxa, Paula você não vai ter mais um show? Queria tanto ir! Mas quando agendamos um show ninguém vai! kkkk Depois sou obrigada a ouvir meu produtor musical dizer: Seu show é muito rebuscado, lado B, muito classudo… enquanto isso todos reclamam da falta de musicalidade no pais e das rádios somente tocarem lixo!!!  Mas meus queridos, os shows de baile funk estão sempre lotados! É isso o que vende!

Então seria melhor parar com essa hipocrisia de quero consumir arte, quero reverenciar a cultura enquanto só o que se faz é comprar merda embalada ou pior ainda, manter-se apaticos à realidade, vivendo em um mundo de Caras sustentado pela corrupção e ignorância alheia.

Então quer saber? Eu cansei de bancar “A Politica” e me poupar de dizer o que penso, porque acredito que os poucos que vão chegar até aqui nesta leitura são os poucos que se importam com alguma coisa, e vão ver que não estão sozinhos, tem outros cansados deste bla, bla, bla sem fim.

Sinto em dizer que sem a união das pessoas, nunca mudaremos situação alguma.

Estou feliz em ter tanta clareza a respeito dos meus próximos passos, e acho que escrevo agora mais para me lembrar disso tudo no futuro do que para qualquer outra coisa:
Aprendizado

Os 10 aprendizados adquiridos com um erro!

1. Mantenha-se fiel as suas convicções

2. Seja você mesmo sempre

3. Não conte com o outro

4. Ajude quem quer realmente ser ajudado

5. Tudo é um aprendizado, não tenha medo de errar

6. “Walk your talk” – Faça aquilo que fala, é feio demais fazer o contrario.

7. Seja autentico e realista

8. Lute pelos seus ideais

9. Seja feliz com o processo

10. Pare de remar contra a maré

E só pra não perder a oportunidade: Eu não vou fazer um video deste artigo… galerinha vocês precisam voltar a ter o habito de ler!

No final, quando se consegue olhar para os erros como um verdadeiro aprendizado fica evidente que nada é um erro, tudo que vivemos é uma oportunidade para o crescimento.