Gravando seu primeiro CD

Ok, Você já esta completamente decidido que quer mesmo seguir na carreira de cantor, e quer muito gravar um CD! O que fazer?

Antes de mais nada é importante entender que gravar um CD é a fase final, do pensamento e elaboração, de um caminho adotado pelo artista na sua carreira. Antes de gravar um CD, o artista tem que ter passado por muitas outras etapas de elaboração da sua estratégia de mercado, que vai desde a definição de repertório, público alvo, praça etc. Mas como cantora eu sei da agonia e aflição que temos de ter nosso trabalho nas nossas mãos na forma do tão sonhado CD, e que na posição de artistas que somos, mau conseguimos entender todo esse papo de marketing, mercado etc. Queremos de uma forma geral, produzir e trazer para a fisicalidade a nossa arte em forma de um lindo CD, de preferência com a nossa cara estampada nele. (risos) E tudo bem! Esse pode ser um caminho, porém você não vai querer ter o CD somente para você. Vai querer vender esse CD, ou no mínimo conseguir coloca-lo no mercado, e se estas questões “pouco artísticas” não forem pensadas antes de começar a elaborar o CD, você tem uma grande chance de se ver com um CD incrível e criado para ficar guardado na sua gaveta, pois não tem espaço pra ele no mercado.

Essa questão de mercado, eu vou abordar em outro artigo, mas é importante pensar que quando pensamos em gravar um CD, estamos sim pensando em coloca-lo no mercado. O que me leva para a próxima consideração: Onde gravar?

Hoje em dia, é possível gravar um disco de excelente qualidade em estúdios menores, próprios para gravação. É possível também com o avanço da tecnologia da música digital, conseguir resultados ótimos através da programação, e é claro existe ainda a possibilidade de gravar nos grandes estúdios, já renomados, que hoje em dia trabalha mais de 60% diretamente com os artistas. O que vai definir a onde você deve gravar é a música que você vai trabalhar.

Se você vai gravar um hip-hop, vai poder usufruir dos adventos da tecnologia até mesmo de garagem, já que o hip-hip comporta tal sonoridade, já o mesmo não dá pra ser feito se você vai gravar um Blues.

O importante é manter em mente que independente de estilo, e até mesmo de qualidade musical (porque não estou aqui pra julgar musicalidade) é importante ter uma boa qualidade na gravação em todo o seu processo, desde a captura, mixagem e masterização para que o resultado final seja compatível com os padrões de mercado. Fiz uma entrevista, recentemente aqui no blog, com o renomado Luizinho Mazzei, onde ele explicou de uma forma bastante clara todo o processo de gravação, mixagem etc, vale a pena conferir.

 

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Mas resumindo muito, o processo de gravação de um CD é:

A escolha do repertório:

Este momento é crucial. Ele vai definir todos os outros aspectos do disco e até mesmo definir parcerias e os músicos envolvidos. Você deve se manter integra ao seu trabalho, e manter a sua individualidade, pois é isso que te diferencia do mar de cantoras que existe por ai. É sempre bom pensar em uma ou outra re-gravação pois ajuda durante a divulgação do disco se você não for conhecida.

Se optar por uma re-gravação, você precisa manter o padrão de qualidade da original ou superar. Re-gravar uma canção de forma que ela seja inferior à original, é dar um tiro no pé.

Pré-produção:

Esse é o momento onde você vai escolher um diretor musical, os músicos, definir o estilo etc. É importante você escolher um diretor musical que realmente entenda e se comunique com a sua verdade, pois o disco vai ser seu e não dele, mas é ele quem vai dirigir, então vocês precisam ter uma boa afinidade e confiança para cada um poder exercer o seu trabalho. Um bom diretor, vai ir de encontro a sua já estabelecida forma de expressão, buscando trazer todo o seu potencial para o trabalho.

Saber ouvir o diretor é tão importante quanto ter personalidade, pois ele será o seu primeiro filtro, seu primeiro ouvinte, e se você confiou nele para dirigir, deve entender que ele estará sempre visando o que é melhor para o trabalho de uma forma geral.

Durante a pré-produção será decidido o formato da banda para cada faixa, começa a ser escrito os arranjos para as músicas etc.

É o momento também onde se define onde gravar, mixar etc.

Eu indico já tratar de todas as questões de estúdio etc. já neste momento, colhendo valores para a hora de gravação, mixagem, e masterização, pois não é um processo barato, e você vai precisar de um planejamento financeiro, para não parar com a produção do disco no meio, ou finalizar um trabalho que foi gravado com excelência, com uma masterização ruim por falta de verba.

Gravação 

Geralmente quando você entra em estudio para gravar, o disco já tem quase tudo decidido. Arranjos, músicos, sonoridade que vai ser trabalhada etc. Assim você não perde muito tempo de hora em estúdio, que costuma ser bem caro. Trabalhar com músicos qualificados e com experiência em gravação também adianta muito o trabalho e polpa dinheiro. Gravar não é igual a tocar, sendo assim, muitos músicos virtuosos não se dão muito bem em ambiente de estúdio, o que atrasa o processo e custa caro!

Mixagem

O processo de mixagem pode acontecer ainda enquanto estiver gravando o disco, assim que cada faixa for gravada. Um engenheiro de som é quem faz esse trabalho. A mixagem é de extrema importância. A sonoridade do disco vem deste processo, sendo assim não é muito prudente economizar nesta etapa, pois não importa quão boa for a qualidade da gravação, se não houver uma boa mixagem você não obterá bons resultados.

Masterização

Essa é a última fase que o disco passa, antes de poder ser encaminhado para a prensagem (a gravação do CD físico). São poucos os estúdios especializados em masterização e na minha opinião não tem estúdio no Brasil que se compare a masterização dos gringos, sendo assim, muitos artistas preferem finalizar os seus discos com uma masterização feita fora do pais, o que encarece um pouco o disco.

Ainda antes de prensar é preciso gerar os códigos de ISRC, que são como o número de identidade de cada faixa do disco. Esse processo pode ser feito pela distribuidora que vai distribuir seu disco, ou até mesmo pelo seu selo. Eu como gosto de saber como as coisas funcionam gerei eu mesma todos estes códigos para o meu disco. Até mesmo o código de barras foi eu que gerei, assim eu pude participar efetivamente de todo o processo de produção do disco, mas se você não é muito chegado nestas partes mais burocráticas, você pode deixar isso para a distribuidora ou selo do seu disco. Vai de caso pra caso. Até mesmo algumas empresas que cuidam da prensagem prestam também os serviços de geração de ISRC e Código de barras por você.

AINDA FICOU COM DÚVIDAS SOBRE PRODUÇÃO?

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Bom, é isso. Espero ter tirado um pouquinho das suas dúvidas quanto a este processo.

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