Empresários e Gravadoras

Muitas pessoas me procuram, aqui no blog, perguntando sobre empresários e gravadoras, com a esperança de conseguir investimentos para a sua carreira. O que eu tenho a dizer a respeito disso (dentro da minha experiência) é que hoje em dia o jogo da indústria fonográfica mudou. Muito por conta do crescimento imenso do mercado independente, e também pela queda em vendas por conta da pirataria.

Vejo que hoje em dia, a maior parte das grandes gravadoras “Majors”, estão trabalhando quase como produtoras. Elas fecham contrato com artistas que já tem um trabalho desenvolvido e caminhando. De uma forma geral, o que oferecem é uma ajuda na divulgação, já que tendo outros artistas de nome no seu catalogo, elas passam a ter uma boa negociação com rádios etc, (Do tipo: Você toca esse novo artista nosso, e eu trago esse outro artista para uma entrevista exclusiva). Eles também disponibilizam seu departamento de marketing, e passam a ser responsáveis pela distribuição dos CDs, e com isso pedem participação nos lucros vindos dos seus shows.

Pouco se ouve dizer hoje em dia, que uma gravadora investiu de fato em alguém novo no mercado, como acontecia antigamente, e ainda acontece fora do Brasil.

Os empresários tem seguido o mesmo ritmo. Somente investem em artistas prontos, geralmente já com um publico formado, e que precisam de pouco investimento, geralmente dedicados à rádios e assessoria. A preferência dos empresários tem sido por trabalhos que eu chamo de “Explosivos”, que são fenômenos populares de pouca duração, onde o retorno e domínio do trabalho fica inteiramente concentrado no próprio empresário, que se afasta logo após a fumaça dissipar.

Existe ainda é claro empresários que cuidam de artistas com uma carreira mais duradoura, porem esses são mais administradores de carreiras já formadas do que criadores de artistas, como todos imaginam.

Isso não é de tudo ruim, pois o artista tem sido impulsionado, cada vez mais a realmente cuidar da sua própria carreira, antes de fechar um grande contrato. O que faz com que o artista já chegue à gravadora ou ao empresário com um trabalho solido e realmente verdadeiro, que tenha partido da sua verdade.

Mais então o que fazer?

Em se tratando de investimento, a maneira mais eficiente (porém trabalhosa) de adquirir recursos para a sua carreira é através das leis de incentivo fiscal.

Leis como a Lei Rouanet e ProAC, viabilizam ao investidor uma redução na sua carga tributária, além de promover a sua marca e imagem por incentivar a cultura.

O processo de inscrição, aprovação e depois captação deste recurso não é algo simples, porém realmente vale a pena. Não somente por depois de todo esse processo você conseguir finalmente obter esse investimento para o seu trabalho, mas principalmente porque nesse processo todo, você irá inevitavelmente conhecer todas as áreas do seu projeto. Irá se deparar com minuciosidades da carreira, que passariam despercebidas, se outra pessoa estivesse fazendo isso por você. Estes detalhes, são detalhes que agregam valores ao seu trabalho.

Questões como: Qual é a contrapartida social do seu projeto? Qual é o planejamento de divulgação para o projeto? São questões que trazem o artista, para uma elaboração mais detalhada do seu trabalho. Um planejamento, que muitas vezes passa despercebido pelo olhar sonhador do artista.

Resumindo muito, o processo para a captação de recursos através de incentivo fiscal:

Inscrição:
Você faz sua inscrição como proponente através do site da secretaria da cultura (Sites abaixo). Depois você deverá preencher os formulários e viabilizar os documentos necessários para a sua proposta. É preciso dedicar bastante tempo neste processo, na criação da sua proposta, com o maior número de informações e detalhes possíveis para ter mais chances de ser aprovado.

Aprovação
Depois de enviar o pacote com todos os documentos necessários, é preciso esperar a aprovação do ministério da cultura. Algumas vezes, o Ministério da Cultura pede mais detalhes sobre o projeto antes de reprova-lo ao aprova-lo.

Captação
Depois de aprovado você passa a ser apto a buscar patrocínio com a vantagem de dedução fiscal. Essa é a parte mais difícil, porém sem tais leis torna-se quase impossível. Afinal de contas, para um patrocinador, um projeto aceito pela lei é sinônimo de seriedade. Sem contar o fato de que ele pode reaver uma porcentagem grande deste valor investido (que varia de lei pra lei), na redução do seu imposto de renda.

Consegui convencer você? (risos)

Então mãos a obra. Seguem abaixo os links para maiores informações sobre como se inscrever nestes mecanismos de incentivo à cultura:

Saiba mais sobre o ProAC (São Paulo)

Saiba mais sobre a Lei Rouanet

Conheça outras leis de incentivo cultural-artístico federal e estadual

Beijos

Paula Bressann